segunda-feira, 16 de maio de 2011

Carinho

No teu rosto, que poucas vezes vi. Na tua voz rouca ao telefone.
E nas duas horas (seguidas!) que conversamos.
Não lembro de ter ficado tanto tempo conversando com alguém.
Outr'alguém deve lembrar.

Como conseguimos ser tão diferentes?
E tão iguais?
Me dá um cigarro.
Pega.

Acho que sei quem tu parece.
Sabe? Então conta.

Che Guevara. (pobre Che).
Sim, mas é verdade.
Um revolucionário, descontente com muita coisa.
E de barba.

Foi isso que tu disse, mas sei que a comparação foi por outra coisa. O charme da barba. Dos cabelos bagunçados e etecéteras e tal.

Tá bem, até vejo teu sorriso agora, ruiva. Moça cheirosa. De baunilha.
Vou te morder.

E aproveitar que tem a pele sensível e vou te arranhar.


Com todo o carinho possível.