quarta-feira, 29 de junho de 2011

Morena do T7

Te vi.

Tenho certeza que te vi, morena.

Não pode ter sido uma alucinação, afinal, eu estava sóbrio.
De ressaca, mas sóbrio.
Estava ali, na João Pessoa, tentando atravessar, e eis que surge o T7.
Algumas lembranças me vem a mente e opa!
Te vi. Na janela. Do lado da cá.
É um sábado de manhã e eu te vi.
O ônibus passa devagar, preguiçoso como um gato ao sol.
E eu consigo te ver, morena da boina.

Com a mesma boina. Os mesmos lábios vermelhos e a nariz pequeno, reto.

A mesma expressão pensativa e cansada. Eu te vi, moça.
Naquele outro sábado de manhã.
E mais uma vez, fiquei sem reação.
Qual teu nome?
Onde te encontro?
Eu sei que te vi de novo.
Será que um dia eu esbarro em ti, nesse cidade tão grande e tão pequena?

Tantas falsas esperanças pra esse pobre coração remendado.