sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Anoitece

Anoiteceu
em Porto Alegre.

Ando rápido como quem tem pressa
como quem não tem pressa
quem não tem pra onde ir
não tem onde chegar
nem ninguém esperando
ando rápido pra
disfarçar.
Sob os edifícios


no milésimo andar
anda
a minha vida.


Pés no chão, tropeçando.
Cabeça nas alturas, desviando do vento

O sol mergulha no rio
sinto frio.
Em rota de fuga.
Em rota qualquer.

Ando rápido
como quem

ruas vazias
fog porto-alegrense
castelos de cartas
estranhos próximos
cabelos castanhos
anoitece
mais um dia
sem ninguém

“eu trago comigo os estragos da noite... meu reino por um rosto pelo resto da noite”