terça-feira, 20 de setembro de 2011

Cara de blues

Cara de louco, louco da cara. Meia-noite em Porto Alegre. Juro que vi Lupicínio chorando e cantando n'algum bar. Juro. Fumava um Minister e tomava cachaça. De leve. Breve. Ilusão . Alguns segundos de loucura explícita. Quase um alcoolátra, já dizia Wander Wildner. E eu vivo sozinho e apaixonado/ não tenho ninguém aqui do meu lado. Pessoas amarelas na tevê. Nonsense. Em algum momento, eu não aguento. O caminho até a corda. A injeção letal não mata. O que mata é a espera. Louco de cara. Melodia de blues, dor de jazz. Uma bebida qualquer num lugar qualquer. Blues da solidão. “vou cantar um blues/ pra quem bebe sozinho na mesa de um bar / e não tem pra quem voltar”. Pra esconder a própria dor. Mendigo de amores. Fim de noite, fim de papo, fim de mundo, lá no fundo do copo. Último uísque. Por hoje. Mosca de bar. Pelo amor de deus, seja ele quem for. Triste blues. Real blues. Ultimo blues e ultimo uísque da noite. Eu juro. Por hoje é só, pessoal.