quinta-feira, 17 de novembro de 2011

III

Nada tem acontecido de interessante nos últimos dias. Isso explica o baixo número de postagens por aqui. Nada de mais, assim. Nada. Só o velho sentimento de solidão. Solidão no meio da multidão, no meio daquele povo que olha assustado o cadáver que jaz ali na calçada, um pobre diabo que se jogou de um prédio. Passo por eles com a maior naturalidade, como se a morte já fizesse parte de mim. E faz. Cada minuto que passo, morre um pedacinho de mim. Um jeito de sorrir, um jeito de suspirar. De cada amor herdei só o cinismo. De cada amor, herdei só cicatrizes e essa solidão que faz parte de mim. E essa sensação de que o fim está mais próximo que eu penso.