quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

fictício



- fui dormir às três.

-mas como?

-sei lá. complicado. fiquei vendo tuas fotos. ouvindo Caetano (mentira, era Vitor Ramil)

-acho que entendo.

-não, guria. não sei se entende. é mais que isso. medo. a gente sempre tem medo. ainda mais quando tudo tende a dar errado. são coisas que quase fazem acreditar, asi no más, naquilo que as velhas contavam. dos trabalhos que podiam destruir uma vida.

-....

-é, eu sei, morena. não faz sentido. as coisas tendem a ser boas contigo, é meio como se eu conseguisse esquecer o resto todo e ficasse só te vendo, mexendo no teu cabelo e te mordendo a nuca de leve só pra ver teu arrepio.

-é tão bom

-sim, muito. o problema, o inferno é depois. ou antes. ou quando estou longe. e eu estou sempre longe. não tenho como estar perto sempre e isso só me faz sentir mais longe. são uns muitos quilômetros e mais um bando de problemas que nos separam. "se fosse fácil não seria...difícil" né. vou tentando. devagar. pra não pirar dessa vez. é bem mais difícil que parece. fácil só teu riso comigo. fácil só te fazer cócegas se motivo só pra poder enroscar no teu pescoço e ouvir teu riso frouxo.

-é como a piada do alarme no Batmóvel, né?

-isso. é simples, é bobo, e é repetitivo. acho que isso também me define um pouco (menos a parte do simples). te quiero con limón.




com açúcar, com afeto
teu.