sábado, 28 de agosto de 2010

Morte

estou morrendo. lentamente.

de dentro pra fora.

algo se esvai de mim

uma falta de vida evidente. um silêncio fúnebre se apodera de mim.

e não há nada, amores, romances, drogas, amigos, álcool ou livros que me façam sentir de novo


a vontade de viver.


diferente do silêncio da floresta. onde a vida não precisa de barulho pra
continuar seu caminho.

é um silêncio que não diz nada e diz que não há nada.

é o silêncio do qual temos medo.
o silêncio da morte.

perturbador. não há nada na sociedade que me faça conseguir ter vontade. que me faça de novo escutar o som da vida.

tenho medo.
medo de ter morrido e não ter sido avisado.

morri? ou vivo sem sentido, sem precisar?

avisem-me. cutuquem-me. quem sabe o silêncio vai embora.
é isso que tenho hoje dentro de mim.

preciso de novo escutar a canção, ou terei certeza que morri.