quinta-feira, 19 de maio de 2011

Até quando

Já estive certo. Já estive louco. Já estive.



Tento não enlouquecer. Estou me segurando, não dando vazão ao que sinto dentro. Por fora é só frio e uma barba por fazer. E umas olheiras. Um gosto de cigarro e café na boca.



Na boca um gosto de noite ruim. Na boca um gosto. Ruim. Misto de solidão, dor e nicotina.
Eu sei, meus amigos, eu fiz algo impensado. Não posso reclamar disso. Dissabores, coisas da vida.

Não importa se só tocam o primeiro acorde da canção, HG. A gente sempre escreve o resto. Em linhas tortas, em rajadas de vento e areia, sentindo o sal marinho rachar meus lábios, quase sem uso.

Sem pressa. Tento pensar. O frio tem ajudado. A sentir bem o sabor. E dissabor. De um ato sem pensar, uma palavra dita, uma frase formulada e pronto. Passaremos o resto de nossa vida sabedno que somos resto de um coração. E resto é resto.


Um dia vou sair daqui, desse estado de paralização. Vou sim. E vou chamar meus amigos pra escrever no gesso do meu coração quebrado.


Só não sei quando. Não consigo me apressar. Não consigo deixar de ficar aqui, remoendo tudo que fiz, tudo que disse e muito do que senti. Sei que a vida passa, sei que preciso saber o que quero da vida. Mas poderia ser mais fácil se a vida soubesse o que quer de mim.