segunda-feira, 23 de maio de 2011

Conto

Passo alguns minutos de euforia. Alegria. 15 minutos pra ser preciso. Depois a tristeza, abatimento. Fome. Suor, frio, estou tremendo. Fico fraco. Começo a chorar e sinto até medo do escuro. Abraço minhas pernas pra ver se o frio passa, se o suor frio que me percorre a espinha pára, tento focar meu pensamento em algo bom. E choro. Assim. Sem motivo, sem perguntas, sem respostas.


O tempo que sofro, que tremo, que suo frio. O tempo que passo acordado, vejo minhas olheiras. Me sinto fraco. Covarde. Tenho medo das sombras que vejo se mexendo. Não vejo futuro. Vejo dor, suor frio. Ouço musicas alegres, finjo para os outros que tudo está bem, que tudo vai ficar bem. Sei que os convenço, mas a mim não consigo. Sou um péssimo mentiroso olhando no espelho.


Eu sei. Sei. Sinto. Vocês não tem a menor noção do que se passa na minha mente. A confusão, a dor e a falta de respostas é imensa. Confusão, dor, lágrimas. Estou encolhido na cama, no canto. Com medo até de mim. Acho que tenho mais medo de mim mesmo. Sinto meus olhos marejados. Não tenho pra onde ir. Não tenho pra onde fugir. Preciso de um abraço. De uma tapinha no ombro. De um abraço. De alguém que diga que vai ficar tudo bem. Que vai ficar. Sinto um gosto amargo na boca. Uma ânsia de colocar pra fora toda minha dor. E recomeço a chorar.



Quando vai acabar?