quarta-feira, 11 de maio de 2011

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Litoral gaúcho, vento. Frio.



Caminho na beira da praia, sozinho, acompanhado ao longe pelos gritos das aves marinhas.

Até elas me deixaram sozinho hoje, pra pensar. Penso apenas que o vento resolveu atrapalhar. Tomo um chimarrão e penso o quando já errei na vida. E tenho só 23 anos. E imagino, se eu tiver uma vida longa, quanto mais eu vou errar? Quanto mais eu vou chorar? Será que vai valer a pena tantas lágrimas? Tantas palavras e tantos arranhões, transformando amores em desilusões. Um homem só.




Homem feito, tive medo. Todos os dias, coloco pra fora um pouco da dor. Não sei se aguento tudo de uma vez só. Tento me organizar, re-montar minha vida, sorrir como antes. Outro chimarrão, e não sei onde foi parar o adolescente feliz e que sonhava em conquistar o mundo. Onde eu mudei?
Onde eu deixei de acreditar? Onde deixei meus sonhos serem destruídos?



Em algum ponto no meio de outra das minhas desilusões. A vida é cheia delas. Vento frio, forte.


Volto pra casa, e ainda ouço os gritos das aves, a barulho do vento incessante e mais leve.

Coloquei um pouco mais de dor pra fora. Dei um pouco pro mar. Tento seguir em frente, ombros retos, cabeça baixa, barba por fazer.