domingo, 24 de outubro de 2010

Uma noite

um violão,algumas caixas e duas pranchas. um colchão no chão, com dois travesseiros, na direita aquele que chamaste de teu.



não aconteceu. fooi uma noite cansativa. dormimos. acordamos? acordo. te vejo, na penumbra, ainda mais linda. a tatuagem na nuca. e a outra na perna, quando vais terminar ela?  e essa pinta no colo? e esse modo de sorrir enquanto dorme?  e esse jeito de me provocar e me deixar sem saber o que fazer?



não aconteceu. foi estranho? talvez. foi bom? talvez. quero te ter de novo. teu cheiro ficou no travesseiro. E no meu peito. e encontrei alguns fios de cabelo mais longos que os meus. lisos. queria que tivesse deixado aqui mais do que teu cheiro. da próxima vez fica. a gente se acerta. a gente conversa.


e esse teu jeito de me olhar sorrindo? e de me beijar com tanta vontade num momento e depois parecer tão desinteressada? estás me envolvendo e tudo que preciso agora é te ter aqui. pra ver se tudo ainda está como eu deixei. pra continuar a te ver dormindo, pra te abraçar e cochilar abraçado quando acordares. e tentar levantar sem te acordar.

todas as outras eu decifrei pelo olhar. as mulheres se entregam pelo olhar. todas. inclusive tu. mas há algo mais. algo escondido. quero saber o que é. quero. me dê a chance. apenas me dê a chance. e me dê a mão. vamos passear e observar as pessoas. vamos sair pra beber alguma coisa e quem sabe ir pra casa juntos. vamos. apenas se entregue. não tenha medo. apenas.


faremos tudo de novo, tudo do nosso (?) jeito. faremos. eu sei que queres. e tu sabe que eu sei.


teu cheiro ainda está aqui. hoje vou dormir com teu cheiro. hoje vou dormir com teu gosto.mas amanhã não. então venha de novo e me deixe todos os dias ir dormir com teu gosto e com teu cheiro.