sábado, 4 de dezembro de 2010

Sorte, ou o modo de ser que ainda não foi

                                        parece sorte que que veja tudo perto do azul. vivo sem norte. melhor assim. tudo com os pes no ar. e a cabeça no chão. que não se canse. não se cansará talvez? será que talvez saberá não se cansar? o delicado momento em que a paixão ameaça acabar. o delicado momento em que  é preciso não deixar a peteca cair, quando é necessário um pouco de esforço. só pra salvar, pra fazer continuar valendo a pena. só pra mudar o fim da paixão. pra transforma isso em algo maior. mesmo que seja cedo, nunca é tarde. mesmo que seja cedo. não tenho medo. minhas rimas tem piorado, não? o momento em que quero poder demonstrar o algo a mais que sinto. o momento em que as tropas invadem o morro, eu invado teu corpo. me apropio de ti, mergulho, fecho os olhos. invado, me inundo. imundo, saio limpo, renovado, livre, feliz.  ainda não consigo. tudo ainda não. sentimentos tão nobres assim, que deveriam ser demonstrados aos quatro ventos, são reservados para quatro paredes. pra um colchão no chão e um copo d'água. melhor assim. os ouvidos não estão muito acostumados a certas coisas ainda.
                                               O mundo anda tão diferente. já foi melhor. e pior. só preciso de ti, aqui. não deixaremos dessa vez que seja como foi em outras. seremos diferentes. seremos. a não ser que não queiras. daí acho que serei como todos os outros. ou voltarei a ser aquilo que fui. um fantasma de mim, uma sombra. não deixe. não me deixe. não permita que eu volte. me faça ir pra frente. venha comigo. venha. já combinamos, lembra? faremos um do outro melhores do que somos, melhores do que fomos e ainda melhores pra nós mesmos.