terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ego ísmo

            sobre todo egoísmo. sobre todo amor. sobre toda solidão. convidei a solidão pra dançar. meus braços em torno da cintura fria dela. as mãoes geladas da solidão em torno do meu pescoço, o trio em cima do palco tocava um bolero. tropecei na solidão. pedi desculpas, falsas desculpas, afinal, nós estamos juntos há tanto tempo que nem isso é mais necessário. ela (a solidão, bela e fria) já sabe que não danço muito bem. solidão sopra no meu ouvido, dois pra lá, dois pra cá. é simples. já nos conhecemos bem. um sorriso. outro bolero, não troco de par. a solidão está se encaixando bem em mim. com toda a dor que ela me traz, com toda a vontade de acabar com tudo. as pessoas jamais entenderão o motivo pelo qual sou triste. sou assim, se conforme. todos deveriam saber disso. é preciso eternizar esse instante. esse sou eu: confuso, triste, solitário. não me confunda, não me misture. e não me deixe. essa dor amiga que trago no peito. esse jeito de sorrir chorando por dentro. ninguém entende, será possível que nunm mundo tão grande, tão pequeno, tão distante e tão próximo, ninguém entenda?