quarta-feira, 16 de março de 2011

Veja você


      A gente corre pra não desabar. Pra amar. Correr ao encontro do amor. De encontro ao destino. Esse talvez seja destino, mas a gente sempre precisa de um empurrãozinho. Já não vejo motivo pra noite ser tão fria. Tão longa. Tão sozinha. A noite tem a companhia da lua. E quando essa não está, tem sempre uma estrela ao longe, e alguém olhando pra essa estrela pensando em outralguém. E outralguém pensando em mudar a vida. O sol breve nasce de novo, alumiando meu português atravessado. Desabo aqui e quero, no sonho delirante de uma vida quiçá melhor, acordar a 2001 quilômetros daqui. Em alguma outra cama fria, sei que te deitas agora. Pense em mim enquanto isso, tá?
      Tempo, temo. Vento, tenho. Que coisa estranha, esse modo bom de sentir dor. Esse modo teu de me convencer de tudo. Se preciso for eu levo essa casa numa sacola. Te jeito, teu sorriso. Minha dor. A dor é minha. Amor. Mora. Romã. Roma (?). Não sei de muito mais que isso. Sei que nada sei, né, filósofo? Ser poeta é mais que filosofar. A poesia não precisa explicar nada. Ela é auto-explicativa. E auto-destrutiva. E comove corações e mentes. Mais que a filosofia. Lamento, filósofo.