quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um dia, menina

um dia é muito tempo sem você.



Menina linda. Tu te atrasou hoje. Foi de propósito, ficou ali, atras da árvore me observando, disse depois. Quase fiquei fulo com teu atraso, mas teu sorriso me desarma. Teu sorriso de promessas. Teus dentes alinhados e brancos, pequenos dentes alvos. Protegidos por esses lábios pequenos, vermelhos, doces.

Sempre que fico longe de ti, fico lembrando tudo que fizemos, tudo que te disse e cada expressão tua. Como consegue mudar tão rápido, de um olhar triste pela criança sozinha na rua, e logo depois ter esses mesmos olhos castanhos brilhando por um sorvete?

Já disse que sorrio só de lembrar como tu ajeita teus óculos?

E como gira o anelzinho que tens na mão direita quando está nervosa? E teu ciúme velado ao me ver falando com outra mulher qualquer?

E quando lembro da tua cintura, cinturinha de pilão, menina. Gosto do teu braço, do teu abraço. Do toque da tua pele. Macia, quente, cheirosa.

Gosto muito de você, guria.


Tenho estado tão leve ultimamente que creio não estar deixando pegadas no chão. Já contei que ainda não lavei o casaco que tu usou no cinema, quando sentiu frio? É, aquele xadrez. Ficou teu perfume dele, não quero esquecer esse cheiro tão cedo. Um misto de prazer e dor, é o que sinto quando aspiro fortemente ele. Prazer por que é teu cheiro, e dor, porque não está comigo.



Eu preciso de ti essa noite. E sei que também precisa de mim. Pra fazer um cafuné até dormir. Pra sentir tua cabeça apoiada no meu ombro e aspirar teu perfume. Pra retirar teus óculos e te ver dormindo, sorrindo. Comigo. Essa noite. Só essa. E todas as outras também, menina.