quarta-feira, 22 de junho de 2011

Um T7, uma história

Eu a vi. Tenho certeza que meus olhos cansados a viram.
No ônibus.
Ela entrou e um sorriso se abriu no meu rosto.
Ela entrou e sentou no banco em frente ao meu, me deixando respirar
aquele perfume que vinha dela.
Misto de um shampoo leve, um doce perfume e a hortelã que ela mascava.

Ela entrou e o T7 ficou subitamente lindo. O dia cinza de outono ficou quase primaveril.
Ela e seus cabelos lisos, cortados curtos. Uma jaqueta de couro preto combinando com seus cabelos pretos e a boina vermelha, realçando a simplicidade da beleza dela.



e o que falar daquele sorriso? Céus, que sorriso, menina. Um sorriso lindo, de pequenos dentes brancos perfilados, aqueles lábios vermelhos e esses olhos castanhos sendo realçados pela moldura do teu rosto, onde te despontava o narizinho reto e as finas sobrancelhas.

A pele é um convite ao toque, parece ser tão macia e teu cheiro me faz tentar chegar mais perto.




Pena que não falei contigo, menina. Logo tu desceu e eu não consegui nada além do teu sorriso de despedida. Então o T7 voltou a ficar comum e a dia voltou a ficar cinza.



Quem é tu, menina da boina vermelha?

Quem é tu? Onde está? Onde mora, que filmes gosta, quais canções te fazem chorar?



Quem é tu, morena que vi no T7 naquele sábado quase ao meio-dia?