terça-feira, 11 de setembro de 2012

Crenças

Um dia desses, conversando com o irmão menor de um amigo, ele me pergunta se acredito no amor. Pergunta difícil essa, mas eu não queria desapontar o jovem. Disse que sim, que acredito no amor mais que tudo, que acredito no amor mais que acredito na lua ou nas verdades semanais das revistas. Acredito mesmo, garoto. Não sei se consigo te explicar muito bem, mas eu acredito. E por acreditar nisso, sei que não é pra mim. Uma dúzia, ou mais, de tentativas frustradas já me fizeram perceber que não rola. Não é pra mim essa coisa toda de amor. Mas eu acredito nele sim, viu. E como queria poder acreditar que é pra mim. Mas é isso aí, existem pessoas que nascem com um buraco no peito e carregam ele por toda a vida. E acho que ele entendeu tudo depois desse meu mini-discurso. Tanto que me perguntou o que queria da vida. O que eu quero da vida, cara? A resposta é a mais simples e idiota possível: eu quero viver. Assim-sendo, meo. Só isso, sabe? Um canto com sol pra morar, uns passos sobre as folhas no chão da Redenção. O que eu quero? Uns dias cinzas  pra ouvir uns Johnny Cash. E, se desse, preencher esse buraco no peito. Uns cigarros comuns pra fumar de vez em quando. Viver, cara. Essa coisa simples e idiota que a gente passa a vida tentando fazer de um jeito legal. ( e quem sabe, um pedido final: alguém pra ouvir meu coração bater mais forte. sei que não é pra mim, mas vez que outra é bom, diz aí?)